Transtorno de Fluência | Projeto da UFPB oferece tratamento para pessoas com gagueira
Durante a pandemia, Michelle Menezes, 43, começou a acompanhar lives com profissionais que abordavam assuntos relacionados à gagueira, ela tinha interesse em conhecer mais sobre o processo pelo qual seu filho Felipe, 9, estava passando e também estava procurando indicações de especialistas na área de fluência em João Pessoa. Foi por meio de uma dessas indicações que Michelle e Felipe conheceram o projeto FLUA, vinculado ao Departamento de Fonoaudiologia e coordenado pela docente Débora Correia.
Segundo a coordenadora, o projeto nasceu da sua vontade de oferecer um serviço de qualidade e gratuito para as pessoas com transtorno de fluência, que se trata da habilidade linguística que as pessoas possuem para encadear suas ideias em palavras combinadas que formam uma mensagem. “Pessoas que possuem alterações ou transtornos na fluência podem evidenciar alguma dificuldade em algum desses domínios”, explica Débora.
Para a docente, o projeto é um espaço de acolhimento e aprendizagem. “O FLUA, além de ser um lugar de transformação e de cuidado fonoaudiológico para melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas que gaguejam ou que possuem outros transtornos da fluência, é também uma oportunidade para os estudantes terem acesso a esse conhecimento específico, não somente numa perspectiva teórica, mas também prática”, expõe a coordenadora.
Já para Michelle, além de todo o cuidado proporcionado pelo FLUA na busca pelo diagnóstico e tratamento, o projeto também tem sido a oportunidade de entender como lidar com o preconceito em torno do assunto. “A dificuldade na fluência traz questões emocionais, como o bullying, que envolvem o desenvolvimento da criança. Então, é super importante o que esse projeto pode fazer na vida de tantas famílias”, comenta.
A bolsista Thaise Costa Dias, aluna do sexto período de Fonoaudiologia, argumenta a necessidade de projetos de extensão como o FLUA, que compartilham informações pouco discutidas na comunidade. “Ainda existem pessoas que não sabem como é feito o tratamento, que não reconhecem que têm ou que os filhos têm a gagueira, então desmistificar essas questões é muito importante e o flua tem feito isso, lançando conhecimento na sociedade”, analisa.
Por causa da pandemia, o projeto precisou se adaptar às normas de segurança e passou a atuar pelas redes sociais, produzindo conteúdo e respondendo dúvidas sobre a gagueira e outros transtornos de fluência. Desde o final do ano passado (2020), com a regulamentação do exercício da profissão por meio de telefonoaudiologia, a equipe tem atendido o Felipe e uma outra criança por teleconsulta.
Mas, no momento, o serviço de telefonoaudiologia ofertado pelo projeto não está com as vagas abertas. Os interessados podem entrar em contato com a equipe pelo Instagram para tirar dúvidas ou solicitar esclarecimentos.
Texto: Ascom/UFPB Com Proex
Fotos: Divulgação