UFPB obtém patente de substância para tratamento da asma
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) obteve a carta-patente para um extrato aquoso com ação broncodilatadora, antialérgica e anti-inflamatória a partir do sachê das folhas de Cissampelos sympodialis. A invenção é da pesquisadora Liane Franco Barros Mangueira, médica pediatra e pneumologista infantil da UFPB, que obteve sua carta-patente expedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em outubro deste ano.
Este documento foi elaborado a partir do primeiro estudo clínico realizado com a espécie Cissampelos sympodialis Eichl. Esta planta, popularmente conhecida como “Milona”, Jarrinha”, “Orelha-de-onça” e “Abuteira”, é encontrada na flora brasileira, principalmente, em áreas de semiárido, desde o Ceará até o norte de Minas Gerais.
Com o estudo, a pesquisadora não evidenciou efeitos colaterais comumente descritos para os medicamentos convencionais utilizados no tratamento das alergias e efeitos benéficos foram observados em voluntários com asma, rinite, doenças gastrointestinais, dermatológicas e autoimunes, dando sequência aos estudos pré-clínicos já realizados por pesquisadores da UFPB.
Segundo Liane Mangueira, o manejo da asma busca, entre outros aspectos, o controle dos sintomas respiratórios, a manutenção da função pulmonar satisfatória, minimização dos efeitos adversos dos medicamentos utilizados e a melhora da qualidade de vida, incluindo a prática de atividade física.
O objetivo, com esta patente em mãos, é transferir a tecnologia desenvolvida para a indústria farmacêutica, possibilitando, assim, a confecção em maior escala de um produto seguro e eficaz que possa ser disponibilizado para a sociedade, além do que novas pesquisas clínicas possam ser realizadas confirmando estas atividades já mencionadas e descobrindo novas possibilidades de uso do extrato obtido com a espécie Cissampelos sympodialis Eichl. Conforme a pesquisadora, “este trâmite vem sendo executado pela Agência de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB) e estamos confiantes que será um sucesso!”.
“A importância deste documento [da patente] é a concretização de uma ponte de comunicação entre a UFPB e a indústria farmacêutica, coroando os estudos com esta planta já realizados por notáveis pesquisadores desta Universidade, representados aqui pela professora Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz, e a todos dedico esta patente”, afirma a médica Liane Franco Barros Mangueira.
A planta é cultivada na UFPB para utilização em pesquisas, é perene, e tem propagação por sementes, explicou o engenheiro agrônomo Fernando Viana, coordenador do Horto de Plantas Medicinais do Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos (Ipefarm).
Texto: Mariani Idalino e Aline Lins – Ascom UFPB / Foto: Divulgação